Tuesday, October 22, 2024 - 8:33 am
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Milhões de cubanos ficam sem eletricidade após terceira falha na rede

Milhões de cubanos acordaram no domingo e encontraram as suas casas ainda sem energia depois de outra falha parcial da rede durante a noite, aprofundando uma crise que levantou questões sobre a viabilidade dos esforços do governo para restaurar a energia.

O principal funcionário elétrico do país, Lázaro Guerra, confirmou um colapso parcial da rede nas províncias ocidentais de Cuba, que inclui Havana, na noite de sábado.

Os técnicos estavam trabalhando para resolver o problema, disse Guerra, mas não forneceram um cronograma para quando a energia seria restaurada na região.

A capital de quase dois milhões de habitantes parecia estar completamente sem energia na manhã de domingo, enquanto muitos cubanos faziam fila para receber rações subsidiadas e refletiam sobre a situação fora de suas casas.

O meio de notícias digital estatal CubaDebate informou que a maior usina de energia do país, Antonio Guiteras, voltou a funcionar no domingo e começaria a contribuir para a restauração do serviço no final do dia.

Uma terceira falha na rede na noite de sábado marcou um grande revés nos esforços do governo para restaurar rapidamente a energia aos residentes exaustos que já sofrem com a grave escassez de alimentos, medicamentos e combustível.

O tempo passava quando o furacão Oscar atingiu o nordeste de Cuba na manhã de domingo, ameaçando complicar ainda mais os planos do governo para restaurar a energia.

O estudo meteorológico de Cuba alertou para “uma situação extremamente perigosa” no leste de Cuba. Toda a região ficou praticamente sem energia e comunicações antes da tempestade, que trouxe ventos de até 161 quilômetros por hora no meio da manhã de domingo.

A rede elétrica nacional de Cuba entrou em colapso pela primeira vez por volta do meio-dia de sexta-feira, após o fechamento da maior usina elétrica da ilha, causando estragos. A rede elétrica entrou em colapso novamente na manhã de sábado, informou a mídia estatal.

No início da tarde de sábado, as autoridades relataram algum progresso na restauração da energia antes de anunciar outro colapso parcial da rede.

“O processo de restauração do sistema elétrico continua complexo”, afirmou o Ministério de Energia cubano em X.

TENSÕES CRESCENTES

Repórteres da Reuters testemunharam dois pequenos protestos durante a noite, depois que uma falha na rede elétrica deixou Havana na escuridão na noite de sábado, um nos arredores da capital, em Marianao, e outro em Cuatro Caminos, mais central. Vários vídeos de protestos em outras partes da capital começaram a aparecer nas redes sociais na noite de sábado, embora a Reuters não tenha conseguido verificar a sua autenticidade.

O tráfego da Internet caiu drasticamente em Cuba no sábado, de acordo com dados do grupo de monitoramento da Internet NetBlocks, já que grandes cortes de energia tornaram quase impossível para a maioria dos residentes da ilha carregar telefones e ficar online.

“Os dados da rede mostram que Cuba permanece em grande parte offline enquanto a ilha passa por um segundo corte de energia em todo o país”, disse Netblocks no sábado.

Mesmo antes das falhas na rede, um grave défice de electricidade na sexta-feira forçou o governo comunista de Cuba a enviar para casa trabalhadores públicos não essenciais e a cancelar escolas numa tentativa de poupar combustível.

O governo atribuiu semanas de agravamento dos apagões – até 10 a 20 horas por dia em grande parte da ilha – à deterioração das infra-estruturas, à escassez de combustível e ao aumento da procura.

Cuba também culpa o embargo comercial dos EUA, bem como as sanções instituídas pelo então Presidente Donald Trump, pelas contínuas dificuldades na aquisição de combustível e peças sobressalentes para operar e manter as suas centrais a petróleo.

Os Estados Unidos negaram qualquer papel nas falhas da rede.

Cuba produz pouco do seu próprio petróleo bruto. As entregas de combustível para a ilha caíram significativamente este ano, uma vez que a Venezuela, a Rússia e o México, que já foram grandes fornecedores, reduziram as suas exportações para Cuba.

A Venezuela, sua aliada, reduziu para metade as entregas de combustível subsidiado a Cuba este ano, forçando a ilha a procurar petróleo mais caro no mercado à vista.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada por um canal sindicalizado.)


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