Milhões de cubanos ficaram sem eletricidade durante dois dias depois de uma das principais centrais elétricas do país ter falhado, deixando grande parte da ilha às escuras. O apagão generalizado, descrito como um dos piores dos últimos anos, perturbou a vida quotidiana e os serviços essenciais em todo o país.
Embora a energia tenha sido restaurada em partes da capital, Havana, grandes áreas continuam sem eletricidade. Os efeitos do apagão vão além da iluminação: os sistemas de abastecimento de água que dependem de bombas eléctricas também foram afectados, deixando muitos residentes à procura de alternativas.
Estes são os principais acontecimentos da crise
1. O que causou o apagão?
A central termelétrica Antonio Guiteras, localizada na província de Matanzas, a leste de Havana, sofreu uma falha crítica na noite de quinta-feira. Na manhã de sexta-feira, toda a ilha estava às escuras. Mesmo num país habituado a interrupções frequentes, este colapso foi sem precedentes, tirando os eventos causados por furacões poderosos, como o Ian em 2022.
A crise foi agravada pelo aumento da procura de energia por parte de residências e empresas, muitas das quais instalaram aparelhos de ar condicionado este ano. As autoridades também citaram usinas termelétricas envelhecidas, fornecimento insuficiente de combustível e recursos de manutenção limitados devido às sanções dos EUA como fatores contribuintes.
2. Impacto económico, escassez de recursos
O governo cubano culpou a falta de divisas e a escassez de combustível pela deterioração das suas centrais eléctricas. O país produz apenas metade do petróleo de que necessita e depende de aliados internacionais, como a Venezuela e a Rússia, para fornecer o resto. Contudo, devido às sanções, estas importações tornaram-se cada vez mais difíceis e caras.
As autoridades implementaram medidas de emergência, suspendendo aulas e fechando locais de trabalho não essenciais para conter a procura de electricidade.
3. Cozinhar na rua, comida em mau estado
Sem eletricidade para alimentar as geladeiras, muitos moradores começaram a cozinhar os alimentos antes que estragassem. Fogões improvisados a lenha foram vistos nas ruas, pois as pessoas usavam todos os recursos disponíveis para preparar as refeições.
A queda de energia também interrompeu os serviços de abastecimento de água, deixando muitas pessoas sem água corrente porque as bombas pararam de funcionar.
4. Consequências políticas e protestos em formação?
Cortes de energia prolongados já provocaram protestos antes e as autoridades continuam nervosas com potenciais distúrbios. Os protestos contra os apagões e a escassez eclodiram em Julho de 2021, chamando a atenção mundial para a dura resposta do governo. Protestos menores ocorreram em outubro de 2022 e março deste ano.
Embora as autoridades não tenham confirmado se estão a surgir protestos semelhantes, o governo indicou que está a rever as tarifas de electricidade para as empresas, como parte de reformas económicas mais amplas introduzidas em 2021.
5. Os problemas climáticos agravam a crise
Cuba enfrenta desafios adicionais enquanto se prepara para o furacão Oscar, a décima tempestade da temporada atlântica de 2024. O Centro Nacional de Furacões emitiu alertas para as províncias orientais de Guantánamo, Holguín e Las Tunas, e espera-se que uma tempestade perigosa afecte partes do sudeste. Cuba e Bahamas.
6. Esforços de restauração em curso
As autoridades cubanas anunciaram que estão a utilizar a geração distribuída e a reiniciar centrais de gás para restaurar a energia em algumas áreas. No entanto, a restauração completa levará tempo, uma vez que o governo enfrenta recursos limitados e infraestruturas envelhecidas.
“Estamos dando prioridade absoluta para enfrentar e resolver esta contingência energética muito sensível”, publicou o presidente Miguel Díaz-Canel no X. “Não haverá descanso até que seja restaurado”, acrescentou.
7. Planos energéticos futuros em preparação
Em resposta aos actuais desafios energéticos, Cuba está a trabalhar para modernizar a sua rede eléctrica com fontes de energia alternativas. Está em curso um projecto que envolve a construção de 31 centros de energia solar, com conclusão prevista para o próximo ano.
O governo espera que estas iniciativas reduzam a dependência do país das centrais termoeléctricas baseadas no petróleo e ajudem a estabilizar a rede eléctrica a longo prazo.
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