Wednesday, October 16, 2024 - 8:56 am
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Ministros brasileiros renovam pressão para trair Lula em cortes de gastos

(Bloomberg) — O governo do Brasil apresentará “tantas medidas quanto possível” para cortar gastos este ano, disse na terça-feira a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, dando continuidade a um esforço para acalmar os temores dos investidores sobre as perspectivas fiscais do país.

Tebet deu poucos detalhes sobre os planos que estão sendo considerados na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que está avaliando mais de 30 medidas e que uma única proposta poderia gerar uma economia de 20 bilhões de reais (3,5 bilhões de dólares).

Mas embora tenha prometido que o governo atingiria as suas metas fiscais em cada um dos próximos três anos, Tebet também reconheceu que convencer Lula da necessidade de controlar os gastos continua a ser um grande desafio.

“Agora o importante é que as medidas cheguem ao presidente Lula e que ele dê a sua aprovação”, disse Tebet a repórteres em Brasília após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Temos alguns debates que fogem ao âmbito do presidente Lula”.

As crescentes preocupações fiscais pesaram sobre os activos brasileiros à medida que o défice do país aumentou, tornando o real numa das moedas dos mercados emergentes com pior desempenho este ano. Lula reacendeu esses temores na semana passada, quando pediu a expansão das isenções de imposto de renda para os trabalhadores mais pobres, fazendo com que o real caísse enquanto as taxas de swap – uma indicação do sentimento dos investidores em relação à política monetária – subiam.

Uma breve recuperação desencadeada por relatos de que o governo estava a desenvolver medidas de corte de gastos foi rapidamente apagada na manhã de terça-feira, à medida que os investidores digeriam os planos e os factores globais causaram um amplo enfraquecimento das moedas dos mercados emergentes.

“Parece haver algum ceticismo no mercado em relação à agenda de cortes de gastos”, disse Rafael Ihara, economista-chefe da Meraki Capital.

A equipa económica liderada por Tebet e Haddad compilou uma longa lista de formas propostas para cortar gastos, incluindo possíveis mudanças nos programas de benefícios sociais que poderiam levar a reduções mais substanciais do que as que Lula concordou no início deste ano, de acordo com pessoas com conhecimento. da situação que Ele solicitou anonimato para discutir assuntos internos.

Ainda assim, as reformas estruturais nas principais fontes de despesas obrigatórias, como o vasto sistema público de pensões do Brasil, permanecem fora de questão, disse Tebet. Ele acrescentou que um segundo pacote de medidas estruturais seguiria as propostas iniciais para reduzir gastos que o governo planeja detalhar após as eleições municipais no Brasil no final deste mês.

Tebet recusou-se a dizer quanto o governo estava a gastar em poupanças, um sinal de que ainda não está claro quanto dos gastos Lula poderá finalmente concordar em cortar.

A lista atual de Haddad inclui propostas para limitar o acesso a benefícios concedidos a pescadores desempregados e como parte de um programa social para idosos brasileiros com deficiência conhecido como BPC. Uma sugestão é aumentar a idade mínima de elegibilidade para o BPC de 65 para 67 anos, ao mesmo tempo que dissocia o crescimento do pagamento de benefícios da inflação, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Ele tentou convencer Lula argumentando que o governo precisará cortar gastos se quiser cumprir a promessa de campanha do presidente de isentar do imposto de renda os trabalhadores com salários de até 5 mil reais, disse uma das pessoas.

Haddad também pressionou para limitar os salários do setor público e reduzir os gastos militares, propostas que Lula provavelmente aceitará, dizem as pessoas. Mas nenhum dos dois produziria o suficiente para que Haddad cumprisse o seu objectivo de eliminar o défice fiscal primário, que exclui o pagamento de juros.

Limitar os salários dos funcionários públicos, por exemplo, economizaria cerca de 5 bilhões de reais, segundo uma das pessoas. Haddad precisa de mais de 166 mil milhões de reais (29,3 mil milhões de dólares) em fundos adicionais para reduzir o défice primário a zero no próximo ano, de acordo com o projecto de orçamento do governo.

–Com a assistência de Bárbara Nascimento e André Loureiro Dias.

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